Princípio alternativo nº 1

Quando eu era menor, disseram que pra eu aprender a gostar de alguém, tinha que primeiro aprender a gostar de mim mesmo.

Desde então achei esse conceito uma grande bosta.

Amor e outras drogas que não são ecstasy

Atenção: este é um post gigante e anormalmente sentimental, devido aos tópicos abordados nele. Para que seu nível de testosterona permaneça estável, serão postadas imagens de ruivas gostosas em pontos estratégicos dele. É importante que você as observe muito bem antes de prosseguir a leitura. Lembre-se, é a sua saúde que está em jogo.

OLÁÁÁÁÁ ENFERMEIRA

A personalidade de uma pessoa é algo que é definido pelas suas experiências, e o que foi absorvido de conhecimento delas. Crenças, inspirações, filosofias, tudo o que faz parte de você é influenciado a cada segundo pelas coisas ao seu redor. Isso é o que faz quase 7 bilhões de pessoas que moram na Terra serem tão diferentes entre si, e ao mesmo tempo igualmente especiais.

Exceto o filho da puta que roubou meu celular. Viadinho de merda.

Enfim, prosseguindo.

Claro que algumas pessoas tem pensamentos bem semelhantes com relação a determinados assuntos. Como no amor, por exemplo. Existem diversos tipos de filosofias e teorias sobre o amor, mas atualmente a maioria das pessoas se concentra em dois tipos de grupos: os lovesluts e os mal-comidos. Curiosamente, os dois grandes extremos da sociedade amorosa contemporânea.

As lovesluts (generalizando para o sexo feminino pelo fato de as garotas serem a grande maioria desse grupo) são pessoas que por algum motivo de falta de atenção e carinho na infância se tornam extremamente carentes, e consequentemente fáceis. Easy prey. Uma pena que também sejam o tipo de pessoa mais perigoso com quem você pode se meter.

É muito bom que elas sejam tão fáceis. Ótimo, aliás. Mas cuidado: elas são absurdamente doidas. A obsessão por amor de uma loveslut faz com que ela durma com você já no primeiro dia. Quando você acordar no dia seguinte, ela vai te recepcionar com um excelente café da manhã leve e saudável, e um gigantesco e assustador EU TE AMO de 16 toneladas na sua cara. No terceiro dia, ela vai te apresentar pros pais com um rótulo gigante de NAMORADO na testa. No quarto dia ela estará praticamente morando na sua casa, e no quinto, cortando sua cerveja porque você anda bebendo demais.

Mas isso não é o pior. Lovesluts têm uma tendência incrivelmente forte para a psicopatia. Com um mês saindo com uma (o que na mente dela equivale a 267 anos de casados, segundo os cálculos feitos por especialistas), você provavelmente vai começar a receber ligações a cada dois minutos com perguntas de onde você está e o que está fazendo, seguidas de gentis ameaças de ter seu pênis cortado fora caso esteja fazendo algo indevido. E é daí pra pior.

Caras, nunca queiram uma loveslut, por mais fácil que ela seja e por mais mais necessitado que você esteja. Sério.

Já as mal-comidas (mais uma vez generalizando porque, vejam só, a grande maioria desse grupo é constituído de garotas) são o extremo oposto. Mal-comidas são pessoas que simplesmente negam a existência do amor. Não necessariamente por terem sido mal comidas, só usei esse nome por falta de um outro melhor no momento. Elas defendem que o amor é só uma ilusão da nossa cabeça e que na verdade tudo não passa de uma carência, uma necessidade de ter alguém ao nosso lado. Segundo elas, os relacionamentos não deveriam ser levados tão a sério, o ideal é somente curtir o momento e deixar rolar. Nada de coisas sem sentido como o amor, o negócio é se divertir.

Uma curiosidade: 93% das mal-comidas possuem em seus quartos uma ou mais caixas secretas repletas de filmes melosos de romance, e suas geladeiras contém um estoque de chocolates maior que a de uma loja de conveniências de porte médio.

Hm, que cheirinho de hipocrisia.

cutie dog is mad at you, bitch

A verdade é que a grande maioria das mal-comidas desejam também um amor pra si. Mas, por diversos motivos, elas acabam desistindo e botando na cabeça idéias sem sentido sobre independência, diversão, etc. Garotas mal-comidas têm medo de se apaixonar. Medo de terem seu coração partido novamente. E, acreditem, isso é muito difícil de ser revertido.

Mas nem tudo precisa ser ruim, não é? Felizmente, ainda existem pessoas fora desse grupo e que levam tudo de um jeito menos radical. Pessoas que acreditam no amor, mas procuram pensar de uma forma mais racional sobre ele. E é normalmente esse tipo de pessoas que tem mais dúvidas emocionais, justamente por causa da reflexão mais profunda. Principalmente quando se fala dos ditos nerds.

Sim, provavelmente estou falando com você.

Quando posso gostar de uma pessoa sabendo que ela não vai foder com a minha vida? Quando devo só comer e ir embora no outro dia como nada tivesse acontecido? As dúvidas são muitas, e difíceis. Mas calma, não há motivo para pânico! Afinal, esse post foi feito pra vocês. Senhoras e senhores românticos e confusos, eu vos apresento a teoria dos quatro estágios do amor.

SOU O MESTRE DO PAINT, ME CHUPEM

Segundo esta teoria, a evolução do amor ao decorrer do tempo ocorre em quatro estágios: Oestar afim, o estar afim de verdade, o gostar e o amar. Cada estágio possui suas características, vantagens e consequências no caso de você se ferrar.

Usaremos como modelo para demonstrar o funcionamento da teoria o rapaz chamado Jonas. Ele está localizado exatamente no meio da linha que separa os dois extremos do amor, os lovesluts e os mal-comidos. Jonas, portanto, é um cara racional e que acredita no amor, mas sem exageros.

Jonas recebe um chamado de seus amigos para sair. Ir para um barzinho, tomar umas cervejas, caçar algumas garotas. Prontamente ele veste uma boa roupa, arruma impecavelmente seu cabelo, contempla-se no espelho por volta de quinze minutos e sai triunfante para mais uma noite gloriosa de sua vidinha normal. Ao chegar ao bar, seus olhos altamente treinados cercam o perímetro inteiro em busca de uma vítima gostosa e disponível. Logo ele avista a garota perfeita: bonita, simpática e... bem, basicamente isso. Automaticamente, Jonas entra na zona do primeiro estágio do amor.

1- Estar afim

Estar afim de alguém é quando você mal conhece uma pessoa, mas já sabe que a quer pra você. Normalmente não passa de uma simples atração física, uma vez que você provavelmente nem sabe se a sua vítima é na verdade uma psicopata, ou então tem dentes na vagina. Estar afim de alguém não machuca ninguém, e é o estágio mais fácil para você agir e tentar pegar a sua garota.

Jonas sentia-se exatamente assim. Queria aquela garota e ia tê-la, como de fato aconteceu. Mais ou menos no meio da noite ele já tinha conseguido sua presa (que coincidentemente se chamava Garota), e estava satisfeito ao lado dela dividindo uma cerveja. Eles ficaram, conversaram por horas, e no fim ela deu o seu número de telefone. Parabéns, Jonas. Você conseguiu o telefone da Garota, e agora tem a oportunidade de sair outra vez com ela. Só tome cuidado com o próximo estágio do amor, no qual você estará em breve.

2- Estar afim de verdade

No dia seguinte, Jonas ligou para a garota, e eles saíram novamente. No outro dia, mais uma vez. E mais outra. E cada vez que eles saiam, o relacionamento deles ia deixando de ser algo somente físico. Ele começava a se interessar mais pela Garota, queria ouvir o que ela tinha pra dizer, queria conhecê-la melhor. Ela começava a se tornar gradativamente mais importante para o rapaz, mas ainda não era nada que que pudesse prejudicar sua vida no caso de dar errado.

O segundo estágio do amor é o mais interessante para estudar o seu par, justamente por você estar exatamente na linha que separa o estar afim, onde você só quer uma vagina disponível, e o gostar, onde você já se importa tanto com a pessoa que não quer que ela saia da sua vida nunca mais. É o momento perfeito pra olhar para aquela pessoa, analisá-la e pensar se você pode se permitir a passar para o próximo estágio. Se você estudá-la e perceber que ela gosta de você, ótimo. Vá em frente. Caso contrário, é melhor pular fora antes que a coisa evolua e você acabe eventualmente sendo enrabado pela vida.

Mas nem sempre as pessoas param pra pensar nisso. Aliás, elas quase nunca param pra pensar nisso. Normalmente elas acabam se iludindo porque está tudo dando certo e eles se dão tão bem juntos, e posteriormente acabam tendo o trágico destino de 80% dos casais. E Jonas era um desses. Ele se dava tão bem com a Garota, eles eram tão felizes juntos, por que se preocupar? Aos poucos, sem sequer notar, ele foi sendo atingido pelo fatídico destino de todas as pessoas como ele.

oh, olá

Também é importante não confundir o Estar afim de verdade com o Estar muito afim, que é somente uma versão mais intensificada do primeiro estágio. É como se você desejasse tanto uma pessoa que sua calça está prestes a explodir, ou algo assim. Um é algo mais físico, o outro já vai um pouco mais pro lado sentimental da coisa.

3- Gostar

Muitas pessoas acabam confundindo o segundo e o terceiro estágios do amor. Não é pra menos, uma vez que as características são praticamente as mesmas, só que com um pouco mais de intensidade. Você continua dando sorrisos idiotas quando pensa na pessoa, suas contas de telefones continuam altas, você ainda sente falta dela, mas dessa vez com um bônus: você não consegue mais viver em paz sabendo que ela está longe de você.

Todo mundo já passou pela situação de estar com uma pessoa, e só descobrir que gostava dela depois que a perde. É muito difícil descobrir por si mesmo se você está afim de verdade ou gostando de alguém, uma vez que o próprio amor trata de te enganar feito uma putinha alcoolizada. Mas, depois de enganado diversas vezes pela vida, descobri dois métodos praticamente infalíveis para descobrir se você gosta ou não de alguém, e que podem salvar sua vida mais tarde.

A primeira é: consulte um amigo. Pegue aquela pessoa que te conhece melhor do que você mesmo, explique toda a sua situação e pergunte o que ela acha. O resultado provavelmente não vai te satisfazer, mas acredite, é verdade. NUNCA ignore totalmente os conselhos de um amigo, você vai acabar se ferrando no final e ainda vai ter que aguentar ele dizendo "eu te avisei" depois, enquanto ri da sua cara de derrotado.

Sério, experiência própria.

A segunda alternativa é: chore. Ou pelo menos tente. Imagine uma situação realmente ruim entre você e seu par (pode ser uma grande briga, um término, uma morte, ou até mesmo ela se pegando com outra garota e deixando você de fora) e deixe-a tomar conta da sua mente. Se você não acha que iria chorar diante de uma situação dessas, ótimo. Caso contrário só resta chorar mesmo, porque né.

Jonas não conhecia essas duas técnicas. Acho que tinha controle da situação e podia deixar a Garota a hora que quisesse. O que ele não sabia era que o amor estava aos poucos se infiltrando nele como um ninja rosa, gordinho e felpudo com shurikens em forma de coração. Ele estava hipnotizado, e nada podia pará-lo. Quando se deu conta, ele já estava com a garota em um local romântico ao pôr-do-sol, soltando palavras de amor como uma metralhadora, mostrando um buquê de flores e dizendo as palavras da morte (pelo menos para um casal como eles).

-Quer namorar comigo?

Oh, pobre rapaz.

Acontece que a Garota era uma mal-comida. Sua filosofia a proibia de acreditar no amor. Ela achava o Jonas legal, mas estava só afim dele e nada mais. Como se diz na linguagem deles, ela estava só ~~curtindo o momento com meu amg rsrsrssss~~. Logo, sua resposta só poderia ser uma.

o que? NÃO LOL

Daí rolou aquele papo de que ela não estava pronta pra um relacionamento, que ele era um cara muito legal e o problema não era com ele. Logo em seguida uma proposta gentil, porém canalha, de serem só amigos. Obviamente, ele aceitou. Ele estava gostando dela, e pessoas que gostam das outras fazem coisas idiotas, tipo achar que iriam conseguir ser só amigos pra sempre.

"É a mesma coisa de antes, só que sem a parte de se pegar", ele pensou. Logo ele e a Garota voltaram a sair, mas algo estava diferente. Ele sentia falta de algo. Achou que era algo passageiro e que logo passaria. Mas, como sempre, ele estava enganado.

4- Amar

Vários meses se passaram depois do trágico pedido de namoro. Jonas achava que tinha superado tudo e até tinha arranjado uma namorada, apesar de não ter durado muito tempo. Garota continuava na dela, apesar de ter se afastado um pouco dele desde que tinha começado a namorar. Mas ainda procuravam conversar, nem que fosse por telefone. Contavam as novidades, tinham uns papos estranhos com leves tendências sexuais, mas que nunca avançavam pra algo mais sério. E tudo parecia convergir para que isso acontecesse pra sempre, até o dia em que o telefone tocou na casa do garoto.

Ele atendeu. A Garota parecia diferente. Tinha alguma coisa pra contar, mas parecia relutante pra dizer. Curioso, o rapaz a pressionou até que finalmente ela cedeu, e ele desejou nunca ter perguntado.

Ela ia embora. Para sempre.

Subitamente, todas as sua emoções voltaram a tona. Todos os sentimentos que ele achava que havia superado emergiu novamente do canto mais profundo de sua alma, com uma força tão devastadora que seu peito foi inundado por uma dor enorme. Jonas desligou o telefone, deitou em sua cama e ficou sentindo aquilo. Tentou imaginar um futuro sem a Garota por perto, e tudo o que pode ver foi um mundo preto-e-branco, sem nenhum sentido.

TESTOSTERONE STATUS: RELOADED

Ele percebeu então que não conseguia mais viver sem ela. Um mundo sem a Garota não passava de uma grande depressão contínua e infinita. Não iria suportar aquilo, não podia suportar aquilo. Jonas tinha certeza agora, ele amava aquela garota. Queria ficar junto dela, ficar velho com ela, rir com ela, brigar com ela, até mesmo dançar Ragatanga com ela. Tinha que fazer de tudo para que ela não se fosse. E sabia por onde começar.

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A garota atendeu a porta, os olhos ainda um pouco inchados do choro. O rapaz estava bastante ofegante, mas parecia querer dizer algo. Ela deixou-o entrar, deu-lhe um copo com água e esperou. Depois de se recuperar, Jonas começou a falar sobre a evolução do sentimento dele, e que ele tinha sido um babaca achando que poderia viver pra sempre daquele jeito com ela. Mas antes de terminar, ela o interrompeu.

-Não precisa terminar. Eu sei. Eu... acho que me sinto assim também.

Se beijaram. Agora nada mais importava, além dos dois. Juntos, conseguiram fazer com que ela ficasse na cidade. Juntos, tiveram dois filhos. Juntos, compravam o castelo da Disney e foram morar lá para serem felizes para sempre. Juntos, fizeram experiências genéticas com cavalos e conseguiram criar um unicórnio rosa alado que solta fogo e cospe arco-íris.

E fim, e tal.

OH MY AORTEAIQAFAAPSGHH

Tem também o final alternativo (e mais realista), onde a Garota nunca se interessa de verdade pelo Jonas, mas mesmo assim ele continua alimentando inutilmente o seu amor. Depois de um tempo ele começa a amá-la, se declara pra ela de novo e descobre que ela está grávida de um negão de olhos verdes que conheceu num baile funk. Extremamente frustrado, ele evolui pro estágio secreto do amor, o estágio da obsessão. Então ele a rapta, leva pra uma casa abandonada no campo, faz um aborto forçado, estupra-a, come o seu coração e depois se mata.

Mas vamos ficar com o outro final. É mais bonitinho e tem unicórnios que cospem fogo.

Obviamente, este não é o único caso em que a teoria dos quatro estágios do amor pode ser encontrado. Tem também a friend zone, o amor platônico colegial (que pode ou não terminar na friend zone também), a paixão por uma garota de outdoor (que logicamente nunca aconteceu comigo), enfim. As possibilidades são inúmeras, e em cada uma delas há um estudo específico sobre os estágios do amor. Mas o básico do conhecimento está neste post, o resto vocês adquirem com experiência (a.k.a. se fodendo sucessivas vezes).

Agora é a parte onde eu deveria escrever um parágrafo relativamente grande e com palavras bonitas sobre o amor, como vale a pena vivê-lo, e que mesmo as experiências ruins acabam trazendo algo de bom pra vida depois. Mas ah, descubram isso por vocês mesmos. Além disso, esse post já tá grande até demais. Aliás, acho que se o blogger tivesse um limite de caracteres por post, ele seria alcançado exatamente agora.